
A sa Louis Vuitton, principal marca do grupo LVMH, maior conglomerado de luxo do mundo, embarcou esta semana em uma nova jornada com o lançamento da La Beauté Louis Vuitton.
Em 2023, último ano com números consolidados, o mercado global de beleza — composto por fragrâncias, maquiagem, cuidados com a pele e cabelos — cresceu 10% e alcançou um total de U$ 446 bilhões, segundo dados da consultoria McKinsey & Company. Espera-se um crescimento robusto de 6% ao ano, chegando a U$ 590 bilhões até 2028. O grupo LVMH ocupa o quinto lugar em participação de mercado, distante da líder L’Oréal e de outros gigantes como Unilever e Estée Lauder.
O grupo LVMH tem seu foco no resiliente segmento da indústria chamado Prestige e Luxo, e era de se estranhar que sua marca mais representativa, a Louis Vuitton, ainda não tivesse criado sua própria linha, especialmente devido ao sucesso de outras marcas do grupo no segmento. A Dior possui a fragrância mais vendida do mundo, Sauvage, além de contar com Rihanna como rosto do perfume J’adore. A marca trabalha ainda com a linha de skincare Prestige, cujo crescimento em 2024 foi puxado pela Ásia - a região compõe mais de um terço do faturamento da categoria na LVMH, maior percentual em todo o mundo. Outras marcas do grupo como Guerlain, Parfums Givenchy, Maison Francis Kurkdjian, e Fenty Beauty contribuíram para o crescimento de 4% no faturamento em 2024, segundo maior crescimento do grupo, à frente de moda, produtos de couro e joalheria - atrás apenas da unidade de varejo que conta entre outras com Sephora e a loja de departamentos Samaritane.
A Louis Vuitton tem suas raízes na arte de viajar, com uma história que começa em 1837, quando o jovem de 16 anos Louis Vuitton chega a pé a Paris e começa a trabalhar como artesão na fabricação de baús, onde permaneceu por 17 anos até abrir seu próprio ateliê.
Desde sua fundação, a Louis Vuitton cria órios especiais para o transporte de produtos de perfumaria e cosméticos. Na década de 1920, criou luxuosos estojos de pó compacto, escovas e espelhos. Dois exemplos do arquivo da marca datam de 1925: Le Milano, um kit sob medida feito para a soprano Marthe Chenal, e um requintado estojo criado para o compositor polonês Jan Paderewski. Vale lembrar que as primeiras bolsas femininas da Louis Vuitton foram concebidas com a necessidade de carregar itens essenciais, incluindo cosméticos.
Mas quem poderia liderar o lançamento dos produtos dessa nova categoria na Louis Vuitton?
A “Dama” Pat McGrath, membro da Ordem do Império Britânico desde 2014 e primeira e única maquiadora a receber a honraria de Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, em 2021, assume o cargo de diretora criativa de cosméticos da Louis Vuitton. Ela explica que os códigos da marca estão tão arraigados que idealizar uma nova linha se parece com criar uma extensão do que já existe.
A reconhecida profissional, que já assina a beleza dos desfiles da Louis Vuitton há mais de 20 anos, dá pistas sobre os diferenciais e posicionamento da nova linha: “É o resultado de um extraordinário savoir-faire, criatividade e inovação. O universo da beleza é muito mais do que apenas os produtos, e o que estamos criando é um novo nível em beleza de luxo.”
Pietro Beccari, presidente e CEO da Louis Vuitton, destaca a proximidade com o cliente que a novidade possibilita: “La Beauté Louis Vuitton é uma evolução natural, onde, por meio deste novo universo, temos a oportunidade de acompanhar ainda mais os clientes em suas vidas diárias com propósito e prazer, enquanto continuamos a celebrar nossa criatividade e herança.”
O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2025 e promete mexer com a concorrência.