
“Filmar é caro, sim, mas é um investimento que vale a pena. Cinema não é um produto de luxo; é um produto de impacto cultural e de lucro potencial”, reflete o cineasta brasileiro Karim Aïnouz. Ainda embalado pelo bom momento do cinema nacional com o sucesso de Ainda Estou Aqui, o diretor foi convidado a apadrinhar o projeto Director’s Factory – uma iniciativa da Quinzena dos Realizadores, mostra paralela que ocorre entre 14 e 24 de maio em Cannes.
O programa é composto por quatro curtas-metragens de jovens duplas: um brasileiro, do Norte ou Nordeste, e um estrangeiro, de Cuba, Portugal, França ou Israel.
Os curtas-metragens criados para o projeto, fomentado pelo governo do Ceará, serão apresentados em sessões especiais e, em seguida, os realizadores participarão de rodadas de negócios, onde apresentarão projetos de longas-metragens em fase de captação de recursos.
A experiência de participar de um festival de renome como Cannes é, segundo Aïnouz, um momento único para os jovens realizadores. “Não estamos apenas mostrando um curta-metragem; estamos criando um ambiente de troca, de formação de parcerias e de visibilidade para o cinema brasileiro no mercado internacional”, destaca.
O projeto Director’s Factory, que chega à sua décima edição, está alinhado ao trabalho que Aïnouz desenvolve no Porto Iracema das Artes, em Fortaleza – um centro de formação de roteiristas cearenses e nordestinos. Criado em 2013, o projeto estabelece pontes com outros eventos e instituições do metiê, como o Festival de Roteiros de Porto Alegre e a escola de cinema Le Cinéma Milhão.
Aïnouz ressalta o papel do edital de fomento ao audiovisual, implementado há mais de 20 anos em Pernambuco, que permitiu a consolidação de uma cena cinematográfica forte na região. “Estamos aqui fazendo o que fazemos por conta de políticas públicas de fomento ao cinema”, conclui.