A fabricante de fertilizantes Cibra entregou 20% mais produtos em 2024, somando 3,6 milhões de toneladas. O resultado foi comemorado, pois no ano o mercado se retraiu, com atrasos nas compras de produtores devido a uma safra menor de grãos e aos juros mais altos. Santiago Franco, o CEO, atribui o avanço às recém-inauguradas unidades de São Luís (MA) e Sinop (MT), que, juntas, produziram até 600 mil toneladas. Assim, a participação de mercado da Cibra subiu de 6% para 7,2%, com faturamento 5% maior, de R$ 7,6 bilhões. Para 2025, a meta é ampliar as vendas em mais 20%. A fábrica de Sinop estará operando próxima à capacidade total de 750 mil toneladas e a do Maranhão deve atingir 80% de seu potencial de 800 mil toneladas.
Mais parcerias, fábrica e app
Os planos incluem fazer parcerias com players do Norte-Nordeste e construir uma fábrica, como parte de um investimento de R$ 1,5 bilhão até 2026. Além disso, a Cibra almeja aprimorar a plataforma digital Jarillo, rede social voltada ao agro, que deve ganhar um aplicativo.

Ideia é lançar ferramentas financeiras
A Cibra também quer ampliar soluções de financiamento da operação. Em janeiro, lançou seu Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro), no valor de R$ 200 milhões. “A necessidade de crédito está aí. Pelas fontes tradicionais, o agricultor não consegue financiar 100%”, alega Franco.
Querem carne...
O Grupo VPJ, de pecuária, investiu R$ 70 milhões na aquisição de 50 mil hectares no Piauí, para produzir carne bovina e disseminar a genética Brangus. Valdomiro Poliselli Junior, o CEO, destaca oportunidades financeiras na região e a crescente demanda pela proteína. “O Nordeste tem custo de terra até dez vezes menor que o Centro-Oeste e um consumidor ávido por carne , hoje abastecido por outras regiões”, afirma. A opção pelo Piauí também se deveu à proximidade de portos que viabilizam a exportação.
...e animais.
Poliselli Junior observa que a raça Brangus tem ganhado popularidade nas vaquejadas nordestinas. “Os bois pretos, mais pesados e difíceis de derrubar, dominam as finais”, explica. Esse crescimento na aceitação da raça tem impulsionado as vendas na região, que já representa uma fatia significativa dos leilões do grupo, garante o executivo.
Deu certo
O volume de soja certificada negociada em dez anos de parceria entre a Bayer, que fornece a semente, e a trading europeia Cefetra, que comercializa o produto, soma 3,2 milhões de toneladas. Só em 2024 o volume cresceu 112%. As fazendas seguem critérios ambientais e sociais, sem desmatamento. A certificação é feita pela Control Union, contratada pela Cefetra, com base no padrão CRS, que exige boas práticas agrícolas, responsabilidade social e conformidade legal. O modelo, adotado no Brasil, na Argentina e no Paraguai, garante mercado e valor extra ao produtor.
Argumento
Líderes do setor sucroenergético recorrem ao discurso de combate à inflação para tentar acelerar o aumento da mistura de etanol na gasolina, hoje em 27,5%, para 30%. Divulgam material elaborado por representantes do segmento que mostra que o preço do etanol caiu 7,5% em relação à gasolina desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A adoção ajudaria a segurar a inflação, enfatizam.
Parceiros em todo canto
Quando se trata de comércio, o agronegócio não se aperta. Procurado na quarta-feira da semana ada para avaliar possível impacto para o setor de carnes das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um empresário não pôde atender à reportagem. A justificativa dada por um assessor foi a incompatibilidade de fusos. Ele estava na... China.
Agro mantém cautela após o tarifaço de Trump
O agro brasileiro optou por manter a cautela após o anúncio do tarifaço dos EUA. A leitura inicial foi a de que os 10% aplicados não foram tão ruins. Outros países foram mais afetados. Ainda assim, suco de laranja, carne bovina e etanol devem ser os mais afetados, avalia a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. O setor pede que o governo siga negociando.
Setor produtivo prepara propostas para Plano Safra
Entidades do agronegócio se mobilizam para apresentar propostas ao governo federal sobre o próximo Plano Safra, que vale a partir de 1.º de julho. Nesta semana, a Frente Parlamentar da Agropecuária deve levar à equipe econômica seu pedido de R$ 24 bilhões de subvenção do Tesouro às linhas de crédito rural./AUDRYN KAROLYNE, LEANDRO SILVEIRA, GABRIEL AZEVEDO, TÂNIA RABELLO e ISADORA DUARTE