A cooperativa Cotribá investiu R$ 130 milhões para dobrar a produção de ração na fábrica recém-inaugurada em Ibirubá (RS). A capacidade da planta é de 200 mil toneladas/ano de ração para gado leiteiro e de corte. “O objetivo é manter o pecuarista na atividade leiteira com insumo de qualidade, além de agregar valor à produção”, diz Celso Krug, o presidente. Mais de 13 mil produtores são consumidores de insumos pecuários da cooperativa, o que inclui criadores de Santa Catarina e do Paraná. Com a expansão, a Cotribá espera receita de R$ 270 milhões este ano no segmento, ou 8% do faturamento total. Em até dez anos, quer alcançar R$ 670 milhões com nutrição animal. A matéria-prima, milho e farelo de soja, vem dos cooperados.
Novos aportes e mercados à vista
A Cotribá vai investir este ano outros R$ 50 milhões em uma linha de ração para pets, com capacidade de 100 mil toneladas/ano. “É um mercado crescente que pode contribuir com o resultado”, diz Krug. Planeja também fornecer o alimento para suínos, aves e peixes.
Quebra de safra preocupa
Apesar do otimismo com a diversificação, a Cotribá mantém cautela quanto aos grãos. “É preciso esperar o término da colheita da soja para avaliar a quebra, que deve superar 30%”, diz. Em 2024, a cooperativa recebeu 16 milhões de sacas do grão. O faturamento previsto é de R$ 3,5 bilhões, ante R$ 3,39 bilhões de 2024.

Mais pesquisa
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Embrapa estruturam parceria voltada à pesquisa agropecuária, melhoramento genético de sementes para resiliência climática e restauração florestal na Amazônia. O banco diz que a ideia é criar um fundo de investimentos para pesquisa, financiamento à inovação e produção de bioinsumos para agricultura familiar e cultivos de larga escala. As iniciativas compreendem ainda a produção de sementes da silvicultura tropical para restauro do bioma, recuperação da Caatinga e melhoramento genético de milho, arroz, feijão, soja e trigo resistentes às mudanças climáticas.
Apoio
Parte das ações deve ser apresentada em 7 de maio, aniversário de 52 anos da Embrapa. “Com o fundo de investimentos conjunto, poderemos ampliar o apoio à pesquisa, atraindo recursos privados”, avalia Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Investe
Já operando seu primeiro frigorífico próprio no Pará, no município de Rondon, o Ramax Group vai construir um confinamento para 20 mil cabeças de bovinos nas proximidades da unidade. É o próximo o na estratégia de verticalização no Estado. A expectativa é a de que o projeto entre em operação em até três anos. O grupo vai replicar o que faz em Mato Grosso, onde um confinamento para 16 mil cabeças abastece a unidade de Guarantã do Norte.
Cliente à espera
A planta frigorífica no Pará, já habilitada para exportação, deve enviar o primeiro contêiner de carne bovina para Hong Kong ainda neste mês. Em 2024, o Ramax Group produziu 74 mil toneladas de carne, das quais 80% foram exportadas. Com a unidade paraense, pretende atingir 100 mil toneladas da proteína neste ano e crescer 10% em vendas externas e 30% no mercado interno.
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Mais rápido
Culttivo liberou R$ 110 milhões para cafeicultores no ano ado e pretende chegar a R$ 300 milhões em 2025. Isso deve ser possível depois que a startup adotou tecnologia da Serasa Experian, que processa dados financeiros e socioambientais dos produtores, reduzindo de oito horas para três minutos o tempo de análise de crédito. O sistema funciona por API, ferramenta que conecta diferentes plataformas digitais automaticamente. Cada analista da Culttivo ou de 20 para 381 operações de crédito processadas por ano entre 2022 e 2024.
Eventual acordo EUA-China pode afetar agro brasileiro
O agronegócio brasileiro pode perder parte do mercado da China caso EUA e o país asiático entrem em acordo após o tiroteio tarifário, diz Larissa Wachholz, CEO da Vallya Agro. “Alimentos entrariam nas conversas, e os chineses ariam a comprar mais dos americanos”, avalia. “E, quanto mais se acirra a guerra comercial, mais próximos eles estão de negociar.”
Brics Brasil 2025 avança em agricultura
Brasília recebe nesta semana a etapa ministerial do Grupo de Trabalho de Agricultura do Brics. O bloco discute estratégias em comum para segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e comércio agrícola. Juntos, os países do Brics perfazem 42% da produção mundial de alimentos.