A classificação de crédito dos Estados Unidos recebeu nesta sexta-feira, 16, um rebaixamento que deverá custar caro para o pais. A agência de classificação Moody’s determinou que a perspectiva fiscal do governo havia se deteriorado como resultado do aumento dos níveis de dívida e poderia piorar ainda mais se os republicanos promulgassem um pacote de novos cortes de impostos.
O rebaixamento, para um nível abaixo da classificação máxima AAA, representou uma rejeição política e econômica a Washington, onde o presidente Donald Trump, apenas algumas horas antes, havia pressionado seu partido a adotar um pacote abrangente que poderia adicionar trilhões de dólares ao desequilíbrio fiscal do país.
O rebaixamento da Moody’s significa que cada uma das três principais agências de classificação de crédito não atribui mais aos Estados Unidos sua melhor classificação. A Fitch rebaixou os Estados Unidos em 2023, citando preocupações fiscais, e a Standard & Poor’s rebaixou o país em 2011.
A Moody’s apontou décadas de ime e disfunção na capital do país. Constatou que tanto democratas quanto republicanos falharam em reduzir significativamente o aumento da dívida dos EUA, que agora ultraa US$ 36 trilhões.

O governo dos EUA também não cuidou dos inúmeros desafios financeiros conhecidos e de longo prazo, disse a Moody’s, especialmente os custos crescentes e o subfinanciamento persistente de programas como a Previdência Social e o Medicare.
Embora a Moody’s tenha descrito o sistema financeiro dos EUA como estável e considerado o dólar forte e confiável, ela também reconheceu a vasta incerteza política — e se referiu indiretamente às maneiras pelas quais a estabilidade política e a ordem constitucional podem ser “testadas às vezes”.
Uma herança maldita na Casa Branca e no Congresso
“Sucessivos governos e o Congresso dos EUA não conseguiram chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes com juros”, afirmou o relatório da Moody’s. “Não acreditamos que reduções plurianuais significativas nos gastos obrigatórios e déficits resultarão das atuais propostas fiscais em análise.”
A Moody’s se referiu especificamente à iniciativa republicana de renovar os cortes de impostos adotados por Trump em 2017, estimando que uma extensão adicionaria US$ 4 trilhões ao déficit na próxima década.
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Ainda assim, mesmo com as avaliações mais baixas das agências de classificação de risco, os investidores provavelmente irão abocanhar a dívida do governo americano. Isso reflete o status do dólar como moeda de reserva global, o que significa que pessoas de todo o mundo querem guardar suas economias em títulos do Tesouro americano, mesmo com o governo acumulando cada vez mais dívidas.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A decisão da Moody’s ocorre em um momento em que os republicanos lutam para chegar a um acordo sobre um amplo pacote fiscal que corta impostos e reduz gastos, com o esforço sendo brevemente paralisado nesta sexta-feira, quando alguns conservadores de extrema direita exigiram cortes de gastos mais drásticos.
Mesmo com cortes no Medicaid e nos cupons de alimentação, que podem retirar benefícios de milhões de americanos mais pobres, os republicanos ainda não devem cobrir nem perto dos US$ 3,8 trilhões do corte de impostos que prepararam. A ofensiva do governo Trump para demitir grande parte da força de trabalho federal e suspender gastos unilateralmente também não gerou economias significativas.
c.2025 The New York Times Company
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