A maioria dos clubes brasileiros das séries A e B se uniu para fazer exigências à nova gestão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que tem Samir Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol, como candidato único à presidência, vaga desde o afastamento de Ednaldo Rodrigues. Em texto publicado por meio das redes sociais do grupo Liga Forte União (LFU), são exigidas mudanças no processo eleitoral da entidade máxima do futebol e o comprometimento com a criação de uma liga.
“O futuro do futebol brasileiro é inegociável para nós. E os Clubes brasileiros estão juntos, mobilizados e conscientes de que este momento, de mais uma eleição conturbada para a escolha da próxima liderança à frente da Confederação Brasileira de Futebol, demanda ações e medidas objetivas de transformação, transparência e modernização do nosso futebol”, diz a nota.

Embora divulgada pela LFU, a nota também tem o apoio de clubes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Os dois blocos têm se unido em algumas situações, inclusive quando tiveram de escolher qual candidatura apoiar.
Apenas dez clubes am a chapa de Xaud: Amazonas, Botafogo, CRB, Criciúma, Grêmio, Palmeiras, Paysandu, Remo, Vasco e Volta Redonda.
Os demais apoiavam a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF). Apesar de ter 30 clubes ao seu lado, o dirigente paulista não conseguiu registrar a candidatura porque não angariou o apoio de ao menos oito federações, conforme determinado pelo estatuto da CBF.
A alteração no modelo das eleições, no qual o peso do voto das federações é maior do que o dos clubes, é um dos principais pontos das demandas listadas no comunicado divulgado nesta segunda.
A lista é um manifesto em que os clubes reivindicam maior autonomia. Tal objetivo teria seu ápice com a criação da tão sonhada Liga, motivo pelo qual foram fundadas a LFU e a Libra, dois braços de uma mesma ideia, que racharam no meio do caminho.
Veja as exigências feitas pelos clubes à CBF:
- Alteração do processo eleitoral, especialmente no que se refere ao peso dos votos;
- Obrigatoriedade da participação dos Clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF
- Compromisso de criação da Liga e reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos Clubes
- Alteração das regras de governança, dando efetivamente poder executivo à Comissão Nacional de Clubes
- Profissionalização da arbitragem garantindo dedicação exclusiva dos árbitros das séries A e B, e investimento em treinamento permanente
- O calendário do ciclo 2026-2030 precisa ser aprovado por Libra e LFU em conjunto com CBF
- Fomento e apoio financeiro especialmente direcionado às Séries B, C e D assim como ao Futebol Feminino
- Estabelecimento de regras de Fair Play Financeiro
Ao contrário do que as movimentações recentes apontavam, a eleição da CBF não deve sofrer novas intervenções judiciais. Depois de protocolar um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar adiar a votação, Ednaldo Rodrigues informou, nesta segunda, que não tentará voltar à cadeira de presidente. Ele protocolou a desistência no pedido para, segundo ele, “pacificar” o futebol brasileiro.