'Não terá glamour de Real ou Barcelona, mas terá ótimas histórias', diz André Henning
Marcel Rizzo conversa com André Henning, narrador da TNT Sports e conhecido como a "voz da Champions", que fará sua 16º narração de final da competição.
A Champions League é um dos poucos troféus que escaparam à lenda do futebol francês Lilian Thuram, mas seu filho mais velho, Marcus, pode oferecê-la a ele no sábado, em Munique, caso a Inter de Milão vença a final contra o Paris Saint-Germain.
O atacante francês, parceiro de ataque do capitão argentino Lautaro Martínez, é um dos maiores trunfos da Inter.
Como costuma acontecer com “Tikus”, seu apelido, tudo começa com uma risada. “Espero poder explicar como se ganha uma Liga dos Campeões”, respondeu Thuram, sorrindo, em entrevista coletiva na segunda-feira a um repórter que o questionou sobre o significado desta final para sua família.

Lilian conquistou títulos em clubes — bicampeão italiano pela Juventus, uma Copa da Itália e uma Copa da Uefa pelo Parma — e pela seleção nacional — campeão do Mundo de 1998, campeão europeu de 2000 —, mas não pôde erguer a taça da Liga dos Campeões.
Ele chegou muito perto em 2003, com a Juventus, numa final 100% italiana em Old Trafford, um empate acirrado por 0 a 0 e decidido nos pênaltis a favor do Milan.
Marcus, que tinha seis anos na época, pode pôr fim a essa decepção familiar sob o olhar atento do pai, presente nas arquibancadas como em todas as partidas importantes dos dois filhos — o mais novo, Khéphren, joga pela Juventus desde agosto.
Melhor temporada da carreira
“Meu pai fala comigo antes de cada jogo, não apenas antes desta final. Ele é muito presente e sempre me dá conselhos”, lembrou o atacante da Inter.
Thuram, de 27 anos, parece ter escutado bem. Desde que chegou ao futebol italiano em agosto de 2023, vindo do Mönchengladbach, o atacante atingiu um novo patamar, como evidenciado por suas estatísticas na última temporada do campeonato (14 gols e sete assistências), as melhores desde sua carreira profissional.
Esses números poderiam ter sido ainda mais impressionantes, mas a segunda metade de sua temporada foi prejudicada por uma lesão no tornozelo e outros problemas físicos.
“Está claro que meu desempenho de janeiro em diante (apenas dois gols no campeonato) não tem nada a ver com o dos primeiros meses, mas o mais importante é que a Inter vença, e a Inter já venceu muitas”, insistiu.

E embora a Inter tenha perdido o Campeonato Italiano por um ponto para o Napoli, sua contribuição não se mede apenas em gols marcados e assistências.
O jogador, que cresceu no Sochaux, da França e depois jogou em outro time francês, o Guingamp, forma uma das duplas de ataque mais poderosas da Europa, ao lado de seu companheiro Lautaro Martínez.
“Quando você joga ao lado de ‘Lauti’, tudo é mais fácil. Ele é o nosso capitão, o nosso líder, ele me ajudou muito desde a minha chegada”, lembrou o campeão italiano de 2024. “Nossa força, mais do que nossas qualidades individuais, é este grupo de jogadores que amam estar juntos e jogar juntos”.
E seu papel no vestiário é crucial: nascido na Itália quando seu pai ainda jogava pelo Parma, Thuram fala italiano muito bem e, com seu bom humor, se conecta com todos os jogadores em um vestiário muito cosmopolita.
Seu treinador, Simone Inzaghi, não mede esforços para elogiar seu envolvimento nos treinos e sua ética de trabalho. “Esta final é ainda mais especial para mim porque enfrentamos o time da cidade onde cresci, contra jogadores que conheço há muito tempo”, observou Marcus.
Será uma oportunidade de apagar sua reputação de jogador que “desaparece” nas partidas mais importantes: em 29 jogos pela França, o vice-campeão da Copa do Mundo de 2022 marcou apenas duas vezes, sendo dois gols marcados nas eliminatórias da Eurocopa 2024.
Contra o Bayern nas quartas de final e contra o Barça nas semifinais, embora a Inter tenha marcado onze gols em quatro partidas, marcou apenas um gol.
Mas ele não está preocupado. “Vamos para esta partida sem muita pressão, jogando o nosso jogo, como fizemos durante toda a temporada”.