WASHINGTON - Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira, 6, que receberam opositores venezuelanos resgatados da embaixada argentina em Caracas. Os assessores de María Corina Machado estavam há mais de um ano asilados no prédio, que ficou sob custódia do Brasil depois que a missão diplomática da Argentina foi expulsa da Venezuela.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, celebrou o sucesso da operação, sem dar mais detalhes. “Os Estados Unidos saúdam o bem-sucedido resgate de todos os reféns do regime Maduro na embaixada argentina em Caracas”, escreveu nas redes socais, acrescentando que todos os opositores estão em segurança em solo americano.
“Uma operação impecável e épica para a liberdade de cinco heróis da Venezuela. Meu reconhecimento e infinita gratidão a todos aqueles que tornaram isso possível”, reforçou María Corina Machado.
Na mesma linha, a Argentina agradeceu o governo dos Estados Unidos pela “operação bem-sucedida que permitiu a libertação dos asilados venezuelanos que permaneciam na nossa embaixada em Caracas”.

O site pró-governo Venezuela News informou que os membros da oposição deixaram Caracas após receberem “salvo-condutos” como resultado de “negociações intensas” entre o governo Maduro e “representantes de alto nível da comunidade internacional”.
O Brasil insistia para que a Venezuela desse salvo-conduto aos opositores, mas fontes do Itamaraty disseram ao Estadão que a autorização não foi concedida e que os assessores deixaram a embaixada em circunstâncias que ainda não estavam claras. Ainda de acordo com a fonte, o País não participou ativamente da operação, nem foi informado que o governo americano preparava o resgate.
O Brasil havia assumido a custódia sobre a embaixada, onde os opositores estavam asilados, quando diplomatas da Argentina foram expulsa da Venezuela em represália às críticas de Javier Milei, que denunciou fraude na reeleição de Nicolás Maduro.
No mês seguinte, o regime chavista cercou a embaixada e anunciou que estava revogando a tutela do Brasil. Na época, o Itamaraty afirmou que só deixaria a custódia, quando o país substituto for designado.
O grupo com assessores próximos da líder opositora María Corina Machado recorreu à Argentina em março do ano ado, diante da escalada da repressão que antecedeu as eleições presidenciais da Venezuela.
Alvo de mandados de prisão do procurador-geral venezuelano, alinhado ao chavismo, eles pediram asilo e participaram da campanha presidencial de dentro da embaixada.
Após a vitória de Nicolás Maduro, marcada por denúncias de fraude, eles enfrentaram cerco das forças de segurança e cortes de energia. Inicialmente eram seis asilados, mas em dezembro, um deles, Fernando Martínez Mottola, entregou-se às autoridades e recebeu liberdade condicional. Ele morreu em fevereiro por problemas de saúde./JÉSSICA PETROVNA COM AFP