O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta sexta-feira, 30, que os países da União Europeia deveriam “endurecer” sua postura em relação a Israel se a situação humanitária na Faixa de Gaza não melhorar.
A ONU, a comunidade internacional e organizações humanitárias denunciam a situação no território palestino, cuja população sofre há mais de dois meses e meio com o bloqueio israelense de toda a ajuda internacional.
Israel justifica o bloqueio total à ajuda humanitária em Gaza como uma forma de cortar a receita do grupo terrorista Hamas, que roubava os suprimentos, e, segundo autoridades israelenses, tinha integrantes infiltrados e apoio na Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA).
Em uma coletiva de imprensa em Cingapura, o líder francês afirmou que a UE deve “aplicar” suas regras contra Israel “se não houver uma resposta compatível com a situação humanitária” no território palestino.

Macron levantou possíveis medidas como acabar com o acordo de associação entre a UE e Israel, que o bloco já colocou em revisão, ou impor sanções.
“Temos que endurecer nossa posição porque é uma necessidade hoje, mas ainda tenho esperança de que o governo israelense mude sua posição e finalmente teremos uma resposta humanitária”, acrescentou.
No mês que vem, a França copresidirá uma conferência da ONU em Nova York com a Arábia Saudita, que busca promover uma solução de “dois Estados”: Israel e uma Palestina independente e soberana, vivendo lado a lado pacificamente.
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Em Cingapura, Macron disse que reconhecer o Estado palestino não é “apenas um dever moral, mas um imperativo político”, mas também listou algumas condições para fazê-lo.
Isso inclui a “libertação dos reféns” feitos pelo grupo terrorista Hamas, a “desmilitarização” do movimento terrorista e sua “não participação” no governo de um futuro Estado palestino, e a “criação de uma arquitetura de segurança em toda a região”. /AFP