WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que “recomendará”, mas “não vai impor” seu plano para que os americanos assumam o controle da Faixa de Gaza e realoquem seus mais de dois milhões de habitantes em países vizinhos.
As declarações de Trump, que foram realizadas em uma entrevista à emissora americana Fox News na sexta-feira, 21, representam um o atrás em relação à ideia do republicano de “assumir Gaza”. A sugestão provocou protestos internacionais e teve intensa oposição de países árabes.
“Estamos dando à Jordânia e ao Egito bilhões de dólares por ano. Fiquei um pouco surpreso que eles dissessem o que disseram”, ressaltou o presidente dos EUA, em referência à negativa dos dois países em acolher os habitantes de Gaza, como sugeriu Trump.

“E eu digo, meu plano é o caminho a seguir. Acho que é um plano que realmente funciona, mas não vou impor. Simplesmente vou me sentar e recomendar”, acrescentou.
Alternativa
Vários países do Golfo, Egito e Jordânia realizaram na sexta-feira, 21, uma cúpula “informal” em Riad para discutir um plano alternativo depois de condenarem unanimemente a proposta do presidente dos Estados Unidos de transformar a Faixa de Gaza em uma “Riviera do Oriente Médio”.
A reunião na capital saudita foi uma preparação para uma cúpula mais ampla da Liga Árabe no Egito em 4 de março. O encontro terminou após várias horas sem nenhuma declaração oficial sobre o que foi discutido ou decidido.

Um plano egípcio incluiria a formação de um comitê de tecnocratas e líderes comunitários palestinos, todos não afiliados ao grupo terrorista Hamas, que poderiam governar Gaza depois da guerra. Mas os líderes israelenses disseram que se oporiam a quaisquer planos pós-guerra que pavimentassem o caminho para a soberania palestina.
O plano de Trump, que muitos observadores consideram irrealista, implicaria que os Estados Unidos assumissem o controle deste território palestino devastado por mais de 15 meses de ataques de guerra e deslocassem seus 2,4 milhões de habitantes para Jordânia e Egito.
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O projeto provocou protestos internacionais, mas foi apoiado pela extrema direita israelense, que deseja a saída dos palestinos de Gaza./com AFP