O 5G já chegou a centenas de cidades brasileiras, mas ainda não entrega todo o potencial prometido. A cobertura limitada, o uso de frequências com menor alcance e a falta de planos específicos fazem com que muitos usuários tenham dúvidas sobre adotar ou não a nova tecnologia.
Desde o lançamento do 5G em 2022, o Brasil tem investido na expansão da tecnologia, alcançando diversas cidades e aumentando a base de usuários. Entretanto, a cobertura ainda é desigual, e muitos consumidores questionam se já é o momento ideal para adotar a nova geração de conectividade móvel. Confira as dúvidas mais comuns sobre a tecnologia.
O 5G já está disponível em todas as cidades?
A cobertura do 5G no Brasil tem avançado significativamente, mas ainda não está presente em todas as cidades. Segundo o Ministério das Comunicações, até março de 2025, o sinal 5G havia chegado a 895 municípios brasileiros, abrangendo todas as regiões do país. No entanto, a cobertura ainda é parcial em muitas dessas localidades.
“O 5G já está disponível, com as operadoras oferecendo o serviço em praticamente todas as cidades com mais de 30 mil habitantes e em cerca de um terço daquelas com população entre 30 mil e 100 mil”, explica Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em informações sobre o setor de telecomunicações na América Latina, ao Estadão. Segundo levantamento da própria consultoria, até março deste ano, aproximadamente 70,5% da população brasileira já contava com cobertura 5G.
A expansão da tecnologia faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, que prevê investimentos para levar o 5G a todos os 5.570 municípios do país até 2029.
Apesar dos avanços, a densidade de antenas ainda é um entrave para a cobertura eficaz. Isso porque o 5G opera em frequências mais altas, que exigem um número significativamente maior de antenas do que o 4G.
A internet 5G realmente faz diferença no dia a dia?
O 5G promete velocidades de significativamente superiores às do 4G, com média de 450 Mbps no Brasil . Essa melhoria é perceptível em atividades que demandam alta velocidade de conexão, como streaming de vídeos em alta definição e jogos online.
“Hoje, no estágio de implantação que a gente tem do 5G, a grande diferença dele é uma velocidade mais alta. Então, pra quem precisa de uma velocidade mais alta e principalmente aqueles que estão parados, o 5G faz a diferença”, diz Eduardo.
No entanto, ele ressalta que a experiência ainda é limitada para usuários em movimento. “Por uma questão de que o 5G hoje ainda está sendo oferecido em frequências mais altas, o tempo que o usuário que se locomove fica no 5G ainda é baixo. E para isso melhorar, é preciso avançar na disponibilização de novas faixas de frequências mais baixas, como as usadas pelo 3G ou 2G, para que realmente você tenha uma cobertura mais uniforme”, completa o especialista.
Portanto, embora o 5G ofereça melhorias em velocidade, sua eficácia completa ainda depende da expansão da infraestrutura e da utilização de frequências que permitam uma cobertura mais ampla e estável.
Leia mais
Quais operadoras oferecem os melhores planos de 5G?
As principais operadoras do Brasi já disponibilizam o 5G em seus planos. No entanto, segundo Eduardo Tude, não há planos exclusivos para o 5G. “A Vivo, Claro e a TIM oferecem os planos 5G, que na verdade não são planos 5G, é o mesmo plano que ela oferece, só que tem opções com um pouco mais de dados, uma vez que como a rede a mais dados, as operadoras têm condições de aumentar essa cota de dados”, explica.
Ele acrescenta que a escolha da operadora geralmente está associada à aquisição de um novo smartphone. “O que acontece normalmente, não é que o usuário compra um plano 5G, ele compra um smartphone 5G e normalmente ele continua na mesma operadora”. Dessa forma, ao considerar a migração para o 5G, é importante avaliar não apenas os planos oferecidos pelas operadoras, mas também a cobertura e a compatibilidade do dispositivo.
Vale a pena trocar de celular para um modelo compatível com 5G?
A decisão de trocar de celular para um modelo compatível com 5G depende de diversos fatores, incluindo o custo do dispositivo e a expectativa de uso a longo prazo, mas, no geral, é uma opção recomendada.
“Se você vai trocar o seu celular por um novo, você deveria trocar por um 5G. A gente sabe que os preços do 5G ainda são mais caros do que o 4G, principalmente para o pessoal que compra abaixo de mil reais um celular, muitas vezes ele acaba preferindo o 4G do que o 5G, mas quem for comprar, a minha recomendação é comprar um smartphone 5G, porque o smartphone hoje dura 4, 5 anos na sua mão, e a tendência é que nesse período realmente você sinta a diferença desse investimento”, conclui o presidente da Teleco.
Até o início deste ano, a Anatel já havia autorizado a venda de 220 modelos de celulares compatíveis com o 5G no Brasil. A homologação feita pela agência é necessária para garantir que os dispositivos sigam os requisitos técnicos exigidos, funcionem corretamente nas redes móveis do país e ofereçam segurança aos usuários.
Confira abaixo alguns modelos homologados com e ao 5G e seus preços aproximados:
- Moto G34 – R$ 850
- Moto G73 – R$ 1.601
- Poco M4 Pro – R$ 1.665
- Redmi Note 12 5G – R$ 2.000
- Motorola Edge 30 Pro – R$ 2.562
- Nokia G50 – R$ 2.800
- iPhone 12 – R$ 3.600
- Galaxy S25 – R$ 5.149
- Galaxy S21 Ultra – R$ 5.900
- iPhone 15 – R$ 6.500
- iPhone 16 – R$ 7.799
- Galaxy Z Fold2 – R$ 13.543
